Eu não sei...
Na verdade eu nunca sei de muita coisa. Eu apenas sinto!
Dia 554!
Dia 524!
Hoje foi um dia quente!
Não tô reclamando, pois era isso que eu queria!
Um dia de muito trabalho, muito estudo e por ai seguiu o dia. Eu comecei ele na esperança de fazer meu treino.
Deu tudo certo!
Mas eu vivo perigosamente, mesmo quando eu não planejo isso!
Todo homem preto deve saber certas regras pra não terminar com uma bala pelas costas e depois ir jazer na pedra fria do necrotério, mas hoje eu dei mole!
Eu precisava e não precisava levar os doces pra Lene, mas ai, quando de manhã eu descrevi exatamente como os levaria para a mamãe, não me pareceu nada absurdo e durante todo o dia, como se receita de bolo fosse eu repassava na minha mente como eu levaria aqueles sete unidades de biscoito pra mana.
Disse eu: os levarei enrolados em papel alumínio, dentro de um saquinho translúcido, mãe!
E assim, na hora do meu treino, eu fui!
Detesto carregar algo nas mãos quando vou treinar, parece paranoia, mas pra mim quebra meu ritmo, sei lá. Cisma besta!
Fato é que fiz os primeiros 6km numa Z1 e só ali, na parada, fazendo os registros de treino que me dei conta, que eu era um homem preto, correndo ao fim da tarde com um saco transparente, com algo embolado que poderia muito bem ser cocaína, Crack ou outra porra ilícita e só ali ao raciocinar essa porra eu pensei em como pelo trajeto o que mais vi foram viaturas da PM e graças aos céus em todas elas haviam amigos que fiz e tenho feito e talvez por isso eu não fui parado, pois são 554 dias correndo na mesma vibe, mesmo trajeto...
Mas é importante dizer que muitos como eu não tiveram essa chance e se presos foram, alguns nem voltaram pra casa, mas isso é papo pra outra postagem!
A foto abaixo mostra a minha cara na hora que percebi a merda!
Mas vamos falar de coisa boa?
Eu tava puto de ter que correr com aquele pacote de droga - porque doce também pode virar um tipo de -, e eu ficando puto porque não tava saindo como eu planejava e foi quando eu vi o registro feito lá na primeira foto dessa postagem. Não sei quem escrevei aquela frase, aquela intervenção urbana, mas foi ela que me lembrou quem eu sou e do que sou feito. Que eu estar ali tem história, profissão e objetivo e que cada centímetro percorrido vai valer a pena.
Eu nem sei quem você meu nobre ou minha nobre, mas obrigado por salvar meu treino, toda vez que eu passar ali vai ser diferente!
O mundo precisa de mais gente como você, desconhecido que eu talvez nunca veja, mas que amo pacas!
"O russo que guardava o botão da bomba H
Tomou um pilequinho e quis mandar tudo pro ar
Seu Zé preocupado anda numa de horror
Pois falta um carimbo no 'tito" de eleitor....
...Quando acabar o maluco sou eu"
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