"Perdas pequenas, porém inesperadas são mais devastadoras que grandes perdas esperadas" (Contos avulsos - O menino que nasceu para ser só, Silva Endressy/ maio de 2000)
Ele chegou...
E ele foi muito aguardado e amado muito antes de nascer....
Nessa postagem eu não quero me importar com as opiniões de quem vai ler ou coisa assim...não quero me prender a coisas naturais ou convenções sociais, pois quero apenas deixar meu coração de pai falar.
Ele chegou e parecia aquele morceguinho da foto acima e como ele foi escolhido assim que nasceu, eu sabia que ele seria tudo o que foi. Era parecido com todos os irmãos dele, só que era o mais bonito para os meus olhos e dali em diante eu o amei. Amor é uma escolha e por ele você faz coisas que nunca sonhou fazer e se sonhou faz sem reclamar pois um bebê é sempre um bebê e pouco importa se é de gente ou de bicho eles pedem cuidado e principalmente amor.
Olhos grandes, cabeças também e o peso das duas dificultava andar e ele só ficava parado e começa então a novela para dar um nome e sobre isso foi meio complicado porque ele tinha cara de muitas coisas e coisa alguma parecia ser a escolha certa. Foi quando o chamamos pelo nome de um jogador de futebol da Itália...Fellipo Inzaghi....e ao chamá-lo de Fellipo o bichinho reagiu e soubemos que era esse o nome.
Seguiram-se então muitas e longas noites de cuidado e pouco sono...alerta como menor gemido ou barulho e velar seu sono foi a minha missão. Era curioso como acordava de madrugada e me mordia pedindo comida, pois conservou essa mania até ficar grande, e eu já vacinado entendia logo a mordidinha na perna.
Depois de grande, meu menino se tornou independente e logo parecia ser dono da própria vida, e como todo gato subiu onde pôde, arranhou os móveis, comeu e dormiu e como um esportista se dedicou a dormir. Os lugares eram os mais inusitados: Pias de cozinha, embaixo dos armários e no mais curioso lugar... A caixa do ar-condicionado.
Enfim éramos felizes no nosso mundinho de mordidas e arranhões...ah! que saudades do cheiro na barriga e dos beijinhos na cabeça, beijos que foram embora junto com ele...o beijo que eu dei nele já sem vida...eu nem estava aqui para ajudar ele.
Até hoje dois dias depois de ele ter a sua vida interrompida eu ainda o vejo entrar pela porta...mas ele na verdade não vem...ele apenas se foi!
Meu coração ainda dói, no meu olho ainda tem lágrima, mas na minha memória tem festa, porque os infelizes que o tiraram de mim levaram sua matéria, mas não o puderam tirar do coração e da lembrança.
Digam o que disserem...perdi um filho muito amado, mas ganhei um anjo! E por isso não vou falar do fim dele nem é esse fim que vou guardar na memória...para mim vai ficar a imagem da foto acima...a minha criança, meu filho, meu anjinho de quatro patas e um motor que só fazia ron-ron!!!
Sempre vou me lembrar filho!
Dedico a postagem para o que a bíblia afirma serem amigos mais chegados que irmãos: Aline, Jacqueline, Ciro, Ticiane, Tia Zana, tio Miro e Theo....por suas demonstrações de carinho e amor pelo Lipo!
Até a próxima miragem!
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