Eu não sei....
Na verdade eu nunca sei de muita coisa. Eu apenas sinto!
Dia 624!
Dia 594!
Era uma sexta-feira comum!
Sentado na frente da TV desde às 5 da manhã eu fui assistir o judô nas olimpíadas.
Peso +90 é uma das categorias mais duras e no masculino tem um favorito: Teddy Rinner!
O Francês, jogando em casa, resolveu tudo rápido como sempre e sagrou-se mais uma vez, pela terceira olimpíada seguida medalha de ouro na sua categoria.
Mas Rinner foi ofuscado hoje por uma mulher, brasileira, de periferia e preta.
Beatriz Souza, a Bia, foi passando pelas adversárias como um pedra de gelo. Inexpressiva...
A medida que ia avançando eu ia sendo atraído pra aquela mulher de mais de noventa quilos e sua calmaria no meio de uma categoria disputada em sua primeira participação nos jogos.
Veio a luta contra a coreana, a brasileira faz um ashi, o juiz dá vitória pra coreana, dois minutos e o VAR avisa que quem venceu foi Bia.
Aí veio a Luta contra a número um da categoria. Campeã mundial a francesa jogava com a torcida à favor. O Presidente Macron estava lá, atores famosos franceses estavam lá, a festa tava toda preparada...
Mais um Ko Uchi gari levou a francesa ao chão e vendo-se incapaz de sair do Hara i goshi bateu os 3 tapinhas mágicos. Bia estava na final.
Depois veio a Sul-coreana número dois do mundo. Bia, no seu semblante gelado começou a luta aplicando um wasari e ele foi o bastante pro ouro. Bia é a quinta desta categoria...
O ouro dedicou a avó, que partiu dois meses antes...
O judô nunca falha e mais uma vez ele nos trouxe uma mulher preta pra mostrar que o impossível é uma questão de perspectiva. Depois de Sarah Menezes e Rafaela Silva, o panteão do Olimpo recebeu pra eternidade: Beatriz Souza!
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