Eu não sei...
Na verdade eu nunca sei de muita coisa...eu apenas sinto!
Ainda estamos nos perguntando as razões e avaliando as possibilidades, porém ainda estamos desprezando que já era a hora dela ir e que ela queria mesmo ir e se a oração do justo pode muito nos seus efeitos e sabedor que ela era alguém muito justa...vejo de forma clara que se de fato ela pediu para ir, não restou mais nada a fazer do que lhe dar essa recompensa tão pedida por ela.
Eu ainda não consegui chorar...
Eu passei uma parte da minha vida me preparando para o dia que ela ia me deixar, e sempre imaginava como ia ser vê-la dentro de um caixão já sem vida, mas confesso que não pensava que iria ser tão doloroso e difícil. Na verdade eu não tenho uma palavra ou sentimento que tem o poder de expressar isso que eu sinto agora, pois eu sabia exatamente o que fazer/dizer/fazer antes disso tudo chegar e enquanto o tempo passava, o corpo sem vida no esquife, as pessoas todas em volta derramando seus rios de lágrimas...eu estava ali....forte...inabalável por fora e sei lá em que estado aqui dentro.
E que propósito existem na morte? O que muda de verdade na vida de quem perde uma pessoa valiosa? Eu vi algumas dessas respostas em mim e em outras pessoas....A cara de morte antes de saber o motivo na IANE (ex-esposa do tio Evaldo), por se ver ali... Vi gente que nem era muito fã da minha mãe chorar a perda dela como se tivesse perdido um filho, vi gente que ela não era muito fã chorar do mesmo jeito e entre choros hipócritas e conversas bobas para fazer o tem passar eu resolvi que era melhor voltar para casa....isso era por volta de meia noite e trinta.
Na verdade passei a madrugada sexta/sábado acordado, e na verdade eu cochilava, mas sono mesmo não teve como...Eu assisti Tv, fui para a net, comi vendo Tv e fiz de tudo para que eu pudesse dormir e só de manhã estar de pé, mas não deu mesmo. Resolvi que era melhor lavar roupa e fui fazer isso lá pelas 5 da matina e enrolando e muito acabei saindo de casa às 7 e chegando trinta minutos depois.
A cena era a mesma que eu deixei quando saí, só coma diferença que agora estava mais perto de ser enterrada e a agonia ia ser maior. Confesso que conforme o dia foi passando eu fui ficando mais irritado coma exposição dela....As pessoas tiravam a redinha dela e pegavam nela com tanta força que parecia que ia quebrar seu rosto em paz, mas eu nem sei que sentimento era esse mesmo...só queria que acabasse logo para ela emfim descansar.
Choramos.... O caixão foi fechado, e fomos todos para o cemitério e lá depois de homenagens e tudo o que diz o protocolo, enfim a levamos para sepultura onde seu corpo vai ficar de agora em diante. E voltamos para casa dela, e comemos chopp juntos, tentamos rir juntos, almoçamos juntos, dormimos tos juntos no quarto dela naquela tentativa de respirar o ar que ela respirou uma vez mais e por fim, no fim da tarde nos despedimos e voltamos para o mundo sem ela.
Já tem umas 72 horas e esse aperto nas costas, essa saudade que não vai embora, esse não conformar-se que insiste em ficar aqui e lá na casa dela...toda essa rama de sentimentos que sei lá quando vai embora e até se vai mesmo embora, tudo isso é o jeito que estou me sentido e o mais rabo de foguete é que todos os crentes meus amigos foram incapazes de tentar dizer algo para me consolar, mas uma pessoa que julgo espírita, que nem sei como teve acesso a esse blog foi quem tentou me confortar....
Então eu agradeço a Tia Zana, Aline, Jacqueline, Tio Miro e o César por estarem perto nessa hora difícil e agradeço mesmo por ela ter ido do jeito que sonhou...acho que foi no tempo certo e desejado por ela!
Ainda doí....
Eu acordo quando começo a sonhar!
Meu peito apertou-se e senti sua dor e senti sua angústia assim em uma releitura minha, senti as suas como se fossem minhas. Quisera eu poder falar palavras que o consolassem, eu também preparo-me pra este instante, mas me dói mesmo quando vejo minha mãe se matanto aos pouquinhos entre um gole e outro, isso sim me deixa desesperada, não a sua dor não é menor ou maior, é a sua dor, eu acredito em vida após a morte, em reencontro, mas acima de tudo eu creio que esta vida dada por Deus a nós deve ser sagrada. A morte está sempre face a face conosco, não é ela que nos assusta, o que apavora mesmo é o tempo que não aproveitamos e a ausência que acreditamos não poder superar. As saudades existiram sempre em roupagens diferentes mas ela existirá sempre
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