“...E mesmo que nada funcione, eu estarei de pé...de queixo erguido”
(Pitty)
Quando o sonho nasceu ele era como todos os outros sonhos quando nascem e ele mesmo nasceu numa ninhada de tantos sonhos iguais a ele que eu nem sei dizer ao certo quantos eram. Mas sei dizer que como todos os sonhos, ele era lindo...com suas mãozinhas cheias de vida e parecendo querer alcançar o futuro que ainda nem havia chagado, o sonho quis ser grande.
Na verdade todos os sonhos quando nascem querem ser grandes realizadores da felicidade de quem os concebe. Alguns sonhos querem se tornar um emprego, uma casa, um carro, um retorno, uma cura e na mais curiosa das hipóteses...um amor. Acontece que esse sonho que nasceu do menino gordo, preto e feio não era desejoso de se tornar algo que se acabaria com o tempo, mas queria ser lembrado na eternidade e na simplicidade do que desejava ser.
Queria ser um amor que sobrevivesse a tudo e a todos..queria ser um amor que tocasse os céu e desde pequeno ficava horas sentado na frente de casa olhando as nuvens e brincando de procurar figuras com elas...Ora ele via elefantes, ora pássaros e por vezes aviões. Passava tanto tempo olhando a imensidão do céu que esquecia da vida.
O pequeno sonho era muito corajoso e motivado nunca desistia e mesmo quando lhe diziam que era impossível ele nunca deixou de acreditar. Foi assim a infância inteira do soninho...os outros sonhos queriam ser empresas, sucessos e o pequeno sonho só queria ser um amor que o levasse até os céus.
Enquanto ele crescia muitas vezes se perguntava se um dia seria possível, e porque todos os outros sonhos eram tão mesquinhos e materiais e se de fato havia algum mau no que ele queria ser. “Nós seres humanos também somos assim", disse o menino gordo, preto e feio para o sonho que muitas vezes conversava com ele em meio às lágrimas. Cada vez que ele via um dos seus sonhos amigos se tornarem algo grande, ele ficava mais cheio de perseverança para seguir em frente e mesmo depois de se tornar um sonho mais mocinho e conhecedor do bem e do mal e de saber que poderia ser qualquer coisa que desejasse, dentro de si ainda sonhava ser um amor que tocasse os céus. Vai entender...ideia fixa, missão de vida, promessa de vida....assim não sei, mas mesmo quando os outros sonhos zombavam dele, não desistia, mesmo quando diziam a ele que seu desejo os enojava, ele sentia a dor mais não parava de correr.
Era desprezado pelos sonhos do sexo feminino e tinham lá certa razão disso, pois se você não sabe, sonhos são muito semelhantes aos que os sonham e como o sonho era do menino gordo, preto e feio não lhes é muito difícil saber como o sonho era. De tanto ser desprezado se acostumou e parou de desejar e falou para si:” Não quero ser mais um amor que toca o céu! Tentei a vida toda e não consegui. Quero ser outra coisa e vou ser...É uma promessa de vida!”
Descobriu o pequeno sonho, que todo o sofrimento na sua busca para ser um amor servia se não para ajudar a ele mesmo, servia para ajudaria outros como ele e assim se dedicou na arte da oratória no sentido de ajudar outros sonhos e passou a fazer isso na "casa da vida" e lá foi feliz por uns dez anos.
Mas o menino gordo, preto e feio acabou tendo que ir para outro lugar e como estava sempre com ele e dele não podia se separar, acabou indo com ele para a “casa do exílio...”
Na “casa do exílio” começou a reconstruir desejos antigos e a "casa do exílio" o levou a muitos lugares que não sonhava e usando do poder adquirido de usar as palavras, encantou outros sonhos e motivou a coragem de tantos que até foi para a “casa das águas” um tanto longe daqui e foi feliz onde esteve mesmo sabendo que iria sair dali também e isso durou uns oito meses.
Mas enquanto estava na “casa do exílio” conheceu a "casa da alegria" ou como ele mesmo dizia era a “casa do renascimento da vida” e foi lá muitas vezes e gostou das coisas que viu e sentiu e quis muito que o menino gordo, preto e feio se mudasse para lá, mas por alguma razão o menino gordo, preto e feio relutava e não decidia de uma vez o que fazer.
Um dia a “rainha dos desejos escondidos” disse a ele: “sonho, vem morar aqui!” e todos os dias o sonho desejou uma reposta positiva que lhe agradasse o íntimo, pois desejava estar ali, pois sabia que lá sua sorte mudaria e seria o maior orador-salvador de vidas dos sonhos do mundo inteiro e mesmo assim o tempo passava e nada acontecia. Com o passar dos dias, o pequeno sonho já estava entregue ao desânimo e aos sentimentos negativos até que numa manhã de chuva ouviu do menino gordo, preto e feio assim:” Arrume suas coisas, vamos nos mudar para a “casa do renascimento da vida”
E assim ele foi e já era o primeiro na porta com a malinha com as pouquinhas roupas que tinha recebido ao longo da vida e seguiu feliz para o lugar onde poderia ser finalmente...depois de tanto correr...feliz.
Destino...
Lá ele conheceu muitos sonhos como ele, a quem dele e além dele e numa noite de oratória perfeita conheceu um lindo par de asas.
As asas eram longilíneas e muito bonitas de se ver e tinham (as asas), penas branquinhas como as nuvens que um dia o sonho havia admirado e isso lhe trouxe lembranças que estavam a muito perdidas e por uma coisa do destino, embora houvessem outros sonhos maiores e melhores do que ele, aquele lindo par de asas só queria estar perto do sonho do menino gordo, preto e feio...
E de tanto ficarem próximos o sonho e o par de asas ficaram mais chegados um ao outro. Antes disso é claro o sonho tinha feito uma amiga de nome “beleza curiosa” e estavam sempre os três juntos nos fundos da “casa do renascimento da vida” e assim foi por muitos dias até que o par de asas disse:”Soninho..descobri que posso ser muito melhor do que sou se você deixar eu ficar nas suas costas...assim vais poder voar bem alto e finalmente vai poder tocar os céus” e mesmo contra a própria vontade e entregue a paixão que sentia e sente pelas asas, o sonho começou a desejar de novo ser um amor que toca os céus.
Esse desejo voltou tão forte e pleno que não foi capaz de ser parado pela resistência que inutilmente foi armada e sem pensar apenas ouvindo as batidas coraçãozinho que por muito tempo não bateu, virou de costas e deixou o par de asas fixar-se nas suas costas.
E foi tudo bem até o dia que as asas viram que era difícil voar com o sonho, que como eu disse era imagem do que o havia concebido...gordo, preto e feio.
Ser feio não atrapalhava de voar, ser preto também não, mas ser gordo sim. O menino era gordo de comer e mesmo que o sonho fosse gordo por causa dos seus desejos de ser um amor, isso atrapalhava as asas de voar para onde queria e essa foi a desgraça...Um dia as asas conheceram outro sonho que era mais leve e menos cheio de responsabilidades e se agradou dele e pensou assim:” Já que o sonho gordinho está dormindo nos desejos dele mesmo, vou voar e saber como é estar com esse outro sonho", e foram os dois juntos a voar e foi bom.
Resolveu então o par de asas contar ao sonho gordinho do que tinha feito e agora o sonho que era tão leal e verdadeiro com as asas, está de olhos vermelhos de tanto chorar e está de novo sentado na porta da “casa dos sofrimentos eternos” e não pode mais sair do chão e nem enxergar e agora a única coisa que lhe restou é a lembrança dos dias de quando era uma criança em que achava de verdade, que era um herói dos quadrinhos que não podia ser atingido por balas e que era tão rápido como uma flexa e que para se proteger do mau só precisava se enrolar no cobertor...
E se lembra...
E chora de saudades....
E nem Sabe mais o que decidir...
E nem sabe o que vai fazer....
Mas engole tudo para que ninguém o veja sofrer...
Sonhos sem asas....caiu...e talvez a não ser por um milagre, volte a tocar os céu com as mãos...!
Ai shiteru, ai hito....
Até a próxima miragem!!!
este é o Anselmo que eu conheço!
ResponderExcluirdepois desta postagem quero ver quem é o filho de uma puta que vai se atrever a dizer: “o que é escrito em blogs não pode ser considerado LITERATURA!