Eu não sei....
Na verdade, eu nunca sei de muita coisa. Eu apenas sinto!
Dia 467!
Dia 427!
Pela manhã, no café, estávamos nós três falando de vida, falando sobre a vida e chegou no ponto sobre o que é a vida.
Não recordo muito bem como chegamos na história da eutanásia, mas lá pelas tantas eu fiz uma revelação que nunca fiz a ninguém. Na verdade o caminho que nos levou a isso foi a discussão sobre o "homo religious" que permeia e de certa forma programa o modo como vivemos. Uma moral religiosa que muitas vezes, senão em sua maioria, é hipócrita e porca!
Então, a certa altura eu revelei que já há uns 7 meses eu tirei a senha do PC e que escrevi uma carta que tá na minha área de trabalho onde manifesto minhas últimas vontades.
Os meus mais velhos dizem que é auspicioso falar sobre certos assuntos porque eles atraem mau agouro, porém melhor é enfrentar essas coisas com dignidade.
Eu revelei aos dois que uma das minhas últimas vontades é que se algo (oxalá e que oxalá não permita), que caso me aconteça algo que eu não quero a minha vida prolongada. Quero que me deixem ir...
Os olhos arregalados dos dois se contrapõem a um silêncio que logo foi quebrado com um "é mas a legislação do Brasil não permite" e seguimos conversando sobre outras coisas.
Tenho extremo apego a minha vida, extrema vontade de viver pra ver o futuro, pra onde vamos, mas não quero impedir que as pessoas que amo vivam, que fiquem se degladiando pra decidir quem vai limpar meu rabo ou me dar banho ou em que buraco vão me jogar até que eu morra pq me deu muita dor ver o tio cunha depender de mim pra essas coisas (obviamente não fiz nada sozinho), sendo que ele tinha filho saudável pra fazer isso.
Não quero isso pq pra mim, viver é fazer amor com a pessoa que vc ama, é poder gozar, tomar cerveja, correr no fim da tarde, rir com a família, mimar meus sobrinhos, é banho de piscina, é comida boa, café da tarde, vitamina de banana!
Ficar preso numa cama com a frauda cheia de merda é morrer e é a pior morte!
"Machado desce, o terreiro treme
Ojuobá
Quem não deve, não teme!
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