domingo, 25 de agosto de 2013

A ARTE DE FALAR DO QUE SENTIMOS.



Mais uma vez o bode da expiação está vagando pelo deserto...

Eu confesso que a arte da oratória não é uma ciência muito simples para pessoas que de alguma forma foram reprimidas em suas emoções e opiniões, mas de alguma acredito que com alguma disciplina e vontade, com uma dose de coragem é possível conseguir que pessoas que estão tão presas em amarras de emoções que as deixam incapazes de se expressar possam ser uma grata surpresa ao começarem a dizer das coisas que sentem.
Quando comecei a expor minha imagem ao público, isso foi, no distante ano de 1999, quando o então pouco utilizado talento para cantar se mostrou um pouco mais suportável do que nos anos antes deste. Confesso que até para soltar a minha voz no canto, não foi de uma hora para a outra pois apesar de eu estar a mais de um ano no meio dos evangélicos, as músicas com as quais eu tinha mais familiaridade eram as músicas das quais cresci ouvindo...entre elas...Queen!

A solução mais lógica foi a que eu fiz no fim das contas, pois se eu não sabia as músicas que eu deveria cantar, passei alguns meses daquele ano assistindo aos ensaios e anotando as letras para sozinho tentar aprendê-las a minha maneira. Era um trabalho de formiguinha que se estendeu até Julho daquele ano, quando me foi dada a chance de debutar num culto de domingo, e ao ser encaixado no lugar de uma das pessoas que iriam cantar naquele dia, eu fui e para a surpresa das pessoas que estavam ali comigo, eu sabia todas as letras que me foram impostas.
Com o passar do tempo e com as ajudas dos meus amigos, cantar se tornou uma coisas simples para mim e não muito depois destas coisas eu já estava na frente dos cultos onde era exigida uma maior carga de capacidade vocal de contado mais direto com as pessoas e logo fazer aquilo e ensinar a fazer aquilo era algo muito normal.

Acontece que a vida dá essas reviravoltas complicadas que não esperamos e depois de alguns anos na liderança das equipes de música da igreja um desafio novo me foi feito e mesmo achando que não seria capaz, resolvi ir em diante. A arte de ser um pregador é uma coisa que pode mudar a vida dos escolhidos para fazer essa missão, pois além do domínio do que vc está expondo, do poder de expressar bem as ideias que vc quer mostrar, por fim a capacidade de falar para o público sem que eles queiram dormir enquanto vc falar, é algo que não se constrói do dia para a noite.
Antes de tudo eu queria lembrar que o conhecimento hermenêutico, homilético, exegésico e histórico, esses eu já os tinha e na verdade por ser essa pessoa que sempre teve posicionamento para todas as coisas, não foi complicado fazer certas coisas, mas quando ao manter as pessoas junto comigo, confesso que a coisa poderia ter sido menos tensa. Digo isso, por que eu em específico na parte de ter opinião, sempre a dava em tudo que me fosse perguntado, pois se existe um requisito para falar com as pessoas é o de ter uma posição, uma opinião formada sobre as coisas, que é determinante para alguém se expressar.

Fiz toda essa volta para dizer que quando em família somos muitas vezes oprimidos e não nos deixam falar do que achamos, de nos posicionarmos, de colocar para fora os nossos sentimentos, é necessário fazer quem nos ouve saber com a emoção de nossas palavras que o que dizemos é exatamente aquilo que cremos. Aqui em casa, na igreja e onde eu esteja, aquilo que sinto no coração, gostem as pessoas ou não é aquilo que digo e manifesto como opinião e caso encerrado. Por muitas vezes eu não posto nada aqui, por estar coma cabeça confusa, por não saber o que pensar, pois o que passa no coração é determinante para que a verdade do que dizemos possa ser absorvida e entendida pelos que nos ouvem.
Não foram poucas as vezes em que mesmo sem que as pessoas aqui de casa considerassem de fato a minha opinião, que mesmo assim eu a dei, pois marcar uma posição, uma ideia e fazer que saibam uma vontade ou um sentimento nem sempre é algo muito simples, mas as sutilezas de como fazemos as coisas ajudam muito a fazer com que mesmo não gostando as pessoas entendam aquilo que sentimos no coração.

O poder da palavra é assim, mas antes dele, pequenas atitudes, são importantes: Dizer em todo tempo que vc quer alguma coisa que as pessoas não querem que vc faça, que vc ama alguém que não querem que vc ame, tudo isso pesa de forma determinante, pois quando vc não fala do amor que sente, quem te reprime acredita que vc não tinha convicção, nem certeza das coisas que dizia sentir.
Haviam mais coisas a dizer, mas acho que só com isso já me fiz entender...senão, depois faço isso na bucha!
O fim do deserto é logo ali, mas o bode nunca sai de lá!

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