terça-feira, 5 de outubro de 2010

SONHOS DE CRIANÇA. O MEU CAVALO ERA PRETO!.

Antes de tudo imagina a cena ai você que ta lendo, eu sentada na varanda da minha casa, comendo leite moça, ouvindo canções belíssimas do Roberto Carlos e recebendo o vento gelado que vem lá de fora e toca o meu rosto me fazendo ter a sensação de paz, mais mesmo assim a única pessoa que eu queria mesmo que estivesse me tocando era o grande amor da minha vida que esta a quilômetros de distancia de mim e que a essa altura já nem sei se ainda pensa em mim como antes. E por falar nesse meu amor, acabamos de nos falar pelo celular e como sempre sua voz ainda me deixa feliz e me faz ter um pouquinho de sonho, e por falar em sonhos foi falando com o meu amor que tive a idéia de escrever essa historinha sobre um sonho antigo.

Bom, eu acho que essa introdução já foi longa de mais estão não vamos perder o foco do que realmente tem que ser escrito aqui. Acredito que um dia todo bom escritor já passou pela mesma situação que eu, se bem que eu não sou tão boa assim no que escrevo, bem que eu tento mais o que eu faço da pro gasto. Em casa em pleno sábado, chateada um pouco com a vida e fazendo milhões de perguntas pra mim mesma, zorra total rolando na televisão (ô programinha sem graça pra passar sábado), e isso acaba me fazendo lembrar o trecho de uma musica do Lulu Santos que diz, “todo mundo espera alguma coisa de um sábado a noite, sábado a noite todo mundo que zua”, eu não poderia perder a oportunidade de dizer que eu já não espero mais nada desde quando o meu amor resolveu desistir de mim.

Aqui começa a minha historinha.

Sonhos, sonhos bobos ou sonhos sábios? Como definir os sonhos de uma criança?

Quando eu era criança eu tinha vários sonhos, tinha sonhos de tocar no sol sem saber o quanto é quente, lembro também que eu tinha vontade de ter uma nuvem só pra mim por acreditar que fosse mesmo algodão doce, (como eu gostava de algodão doce), esses talvez fossem os sonhos bobos da pergunta feita no inicio dessa historinha, e os sonhos sábios que eu tinha era de ser uma medica e ajudar muitas pessoas a viverem, ter meu carrão, minha casa e tantas outras coisas que pareciam muito fácil quando agente só é apenas uma criança. Mais sonhos vão ser sempre sonhos a menos que agente os realizem.

Mais agora vou tirar essas linhas pra contar uma historinha de um sonho mágico que eu tinha quando eu tinha mais ou menos os meus nove ou dez anos de idade e mesmo que esse sonho não tenha sido realizado em algum momento da minha infância ele foi tão real dentro de mim quanto qualquer outra coisa. Eu sempre fui uma menina muito sonhadora (acho que no fundo esse é meu maior defeito), mais esse meu sonho sempre se tornava realidade no mês de setembro mais precisamente no finalzinho de setembro inicio de outubro, quando meu pai chamava eu e meu irmão pra irmos assistir o rodeio, e ai começa parte do meu sonho sempre que íamos pro rodeio eu ficava boba com o espetáculo que eu assistia atentamente bem a minha frente, achava lindo aqueles homens valentes montados no touro mais bravo que ali tinha e mostrando toda a sua coragem para a platéia que com o dedo na boca temia alguma coisa e quando tudo acabava eu era a primeira a aplaudir de pé o fim daquele espetáculo de coragem e força mesmo ainda sendo criança, tinha também o desfile das rainhas do rodeio, uma mais bela do que a outra, todas mereciam o premio mais o pódio só tinha lugar pra uma como tudo na vida, a mais linda de todas era a escolhida e nesse ponto os jurados nunca erravam, e eu assistindo aquela disputa de beleza e sonhava em um dia está no lugar delas e me tornar a rainha do rodeio e me casar com o locutor mais famoso que eu pudesse encontrar nos rodeios da vida, há sonhos de criança, (hoje o meu grande amor, não é um locutor de rodeios, mais é uma FUTURO CONTADOR, que teme em continuar com o nosso sonho), o tempo muda, muda-se os sonhos e os sentimentos também.

A melhor hora pra mim era quando se dava a largada e começava a grande corrida de cavalos, eu lembro que eu sempre torcia pelo cavalo da cor preta porque sempre achava o mais bonito, o mais forte e o mais veloz, e eu sempre acertava no meu palpite o sonho sempre aumentava todas as vezes que eu viajava de carro com a família pra Fortaleza e passava 24 horas na estrada e quando eu olhava aquelas fazendas belíssimas com infinitas cabeças de boi, cavalos e todas as outras coisas que me faziam ter cede em ser uma fazendeira, onde eu iria poder ter muitos cavalos, mais só o meu seria preto e eu passei muito tempo da minha infância sonhando e arquitetando esse mesmo sonho, e eu me recordo que eu gostava tanto desse meu universo “na fazenda” que até as musicas que eu escutava eram de rodeios, musicas de sertão o que parecia ser muito incomum pra uma garotinha da minha idade, já que as outras meninas só queria saber do cantor mais bonitinho da época, e sem contar que o meu pai em um natal desses me deu uma coleção linda de cavalos um mais bonito do que o outro de todas as cores o meu claro era o preto, e ali mesmo eu criei a realidade do meu sonho de ter a minha própria fazenda (criança sempre tão pura), acreditem, eu tinha bota com espora de caubói tinha sinto e chapéu que faziam de mim uma verdadeira fazendeira.

A última vez que eu tive esse contato gostoso com a natureza foi em 2008 quando eu tinha 18 anos, e numa viagem pra uma cidadezinha chamada CUMARÚ, e de lá peguei o carro e fui embora numa estrada infinita de pura terra até que cheguei a uma colônia chamada IRITUIA, que lugar legal pra quem gosta de natureza e embora eu seja uma mulher completamente urbana, lembrando daquele lugar me trás saudades, pois foi ali a última vez que andei de cavalo, não foi em um cavalo preto mais era um cavalo tão bonito quanto qualquer outro cavalo preto, foi também a última vez que acordei com o passarinho cantando ao meu ouvido e antes mesmo do sol brilhar forte, já se podia sentir o cheirinho gostoso de café feito na hora com bolo de milho e antes de tomar o café, tinha que levantar lavar o rosto no pote de barro com água gelada colida da chuva e depois de fazer tudo isso ia tirar o leite quentinho da vaca pra completar aquele maravilhoso café da manhã da fazenda, e pra quem ia apenas passar dois dias acabou passando uma semana inteirinha fazendo sempre às mesmas coisas, o almoço básico típico de uma boa fazenda, a galinha criada no fundo do quintal, o feijão adubado de coisas dentro o arroz carreteiro quentinho e o suco de fruta tirado da árvore no fundo do quintal, a noite era sempre muito mágica, pouca luz, alguns vizinhos se reuniam na porta de suas casas pra conversarem sabe lá Deus o quê e o caipira com o seu inseparável violão, tocando e cantando as canções mais lindas que lhe fazia lembrar de seu amor quase que impossível pela moça da cidade grande, eu na varanda daquela fazenda deitada numa rede confortável, sempre tinha que me deparar com duas grandes melodias o caipira cantando sua canção de amor e os sapos que não paravam de gritar uma única melodia cheia de (oi, oi, oi, oi...) sem fim, a lua linda diante de mim o céu coberto de estrelas e eu ali mesmo naquela rede adormecia e esperava o próxi mo dia chegar pra começar a mesma rotina de sempre, porem a rotina que mais me Deixava em paz. E eu tinha que andar de cavalo.

E quem sabe talvez essa tenha sido a minha segunda fazenda já que a primeira foi os cavalinhos que o meu pai me deu e que até um tempo desses ainda rolavam jogados pela minha casa.

Sonhos, sonhos e sonhos... De onde vem tanto sonho?

E hoje, quais são os meus sonhos? Será que ainda é o de ter a minha fazenda e o tão sonhado cavalo preto? A vida ela muda, agente cresce e os sonhos de crianças vão dando espaço para os sonhos de adulto, só que eu parei pra pensar hoje e me fiz uma pergunta, qual será o sonho mais difícil de se tornar realidade, será que são os sonhos de criança ou os sonhos de adulto?

Na verdade nenhum sonho é impossível quando existe um sentimento que grita mais alto “EU QUERO” e na verdade o sonho da fazenda e do tão sonhado cavalo preto de nome ‘guerra’ ainda exista dentro do meu coração, mais que por ter dado espaço aos sonhos de mulher adulta estão guardadinhos no baú dos meus sonhos chamado lembranças.

Eu sempre acredito nos meus sonhos, por mais malucos que me pareçam ser mais eu não desisto de nenhum deles, eu sei que em algum lugar no meu sonho eu fui fazendeira, hoje me restam apenas à sombra do meu lindo cavalo preto de nome GUERRA...

Os sonhos é que movem o coração dos homens.

Autoria de Nayara Oliveira....

Até a próxima miragem!

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