Começou a chuva e com ela veio a tristeza de ficar preso até ela passar.
Fiquei olhando ela bater na minha janela e escorrer até se perder num lugar onde eu não posso ver e vi quando a janela ficou fria e formou aquela aquela película do frio e pensei no que fazer ali...Um artista eternizaria a janela com algo surreal e lindo...um louco faria algo sem sentido e acabaria borrando tudo depois.
Lembrei de um monte de coisas que dava pra fazer, mas o barulho da chuva na janela me tirava a concentração e eu fiquei ali parado como um pintor em frente a uma tela em branco com os pincéis e tudo o que precisa e mesmo assim nada tinha...sem inspiração! mas onde vc busca isso? Nas coisas boas? Nas ruins? na vida? na morte?
Pra quem eu vou deixar a obra que ninguém vai ver mesmo?
Foi ai que num lampejo de sei lá o que...fechei os olhos e lembrei da conversa do msn que gerou o inicio do meu amor perdido, louco e sem limites por vc, lembrei do primeiro beijo na volta do retiro nos fundos da igreja, do beijo escondidinho atrás do carro da pastora pra ninguém ver, do beijo do reencontro e de como não vi limites pra ir te ver em bragança e das nossas conversas sobre a Sarah, do sábado do "encontro do vento com a flor" e botei o dedo na janela molhada e de olhos fechados, por instinto te desenhei um coração e pensei: "- esse é teu pra sempre amor"
Coração é esse que vai secar quando a chuva passar e que vc nunca vai ver...mas espero mesmo que o sentimento desse coração te leve a entender que quando fecho os olhos o que vejo e o que desejo é vc e que agora toda a vez que chover sempre vou saber o que desenhar...um coração na janela, com teu nome embaixo até que vc possa ver um dia e possa desenhar um do lado dela e dizer no meu ouvido que me ama também!
No deserto as miragens podem ser mortais!
Até a próxima miragem!
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