sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

TODAS AS GARANTIAS DO PRESENTE, QUE NÃO ERAM DIFERENTES DAS DO PASSADO....TERÃO O MESMO FIM?




A gente podia morrer aos 25 anos....
Falo isso por que é de quando nascemos até mais ou menos essa idade, que em geral todo mundo já viveu todas as experiências que fazer a vida valer a pena: Tomar sorvete no inverno, transar por amor, beber até cair, correr nu, falar palavrão, ter um filho (ou uma renca deles), casar, voltar a ser solteiro, comer até não poder mais e por fim deitar pra ver o sol nascer ou o dia acabar.
Sim, dá para fazer todas essas coisas antes que ter 25 anos e ainda devem sobrar uns anos para apenas se lembrar de todos esses momentos com um sorriso que expresse um desejo enorme de que tudo aquilo deveria ter sido prolongado mais um pouco.
Ontem foi um dia reservado a ela....Eliete, mas eu pude ontem anular quase tudo em mim para fazer o dia dela o melhor que pudesse ser, mas infelizmente o meu cérebro resolveu me fazer lembrar de algo que houve uns anos atrás.

Eu estava chegando aos trinta e de tantos "eu te amo e nunca vou te deixar" que já tinha ouvido até ali, os que a Valéria me dizia foram sem dúvidas os que mais dei crédito. O que eu podia fazer? estava apaixonado por ela e era de fato uma fase muito boa da minha vida. Quando estávamos naquela fase de saudade depois do fim do namoro, isso depois de ter sofrido muito por ela, e de ela ter reaparecido pedindo pra voltar e me contado que no tempo que estivemos sem contato ela lia meu blog e percebia todo o amor que eu tinha por ela e que foi isso que fez ela terminar com o namorado dela (que também era leitor assíduo do meu blog) e querer voltar para mim, era a oportunidade perfeita para dizer a ela que não, mas assim como Sherlock não conseguiu dizer não a Moriarty (da série Elementary), eu também não pude deixar de lado as coisas que ela me disse e mergulhei de novo da cabeça nesse instrumento de tortura que era eu e ela juntos.

Foi nessa fazer, que falando ao meu quase tocaio (que é uma expressão gaúcha do tempo da farroupilha para homens com o mesmo nome, uso neste caso por que são dois homem que amavam a mesma mulher, uma licença poética), escrevendo nesse blog por que eu sabia que ele o lia todos os dias ao lado da irmã dele, escrevi umas palavras que não vou me recordar quais agora, mas queria dizer mais ou menos isso:"Você pode até tentar me separar dela (Valéria), mas não podes fazer tal coisa por que ela já me afirmou (percebi o quanto fui idiota bem aqui) que me ama e que você era só alguém que ela colocou no meu lugar e não pode mais enganar você e por isso ela te deixou e vai voltar para mim. E mesmo que ela fique com você um dia, nunca vais ter um dia de paz por que vai sempre se perguntar quando será o dia que ela vai resolver jogar tudo para o alto e correr para mim"

Quando relembrei essas palavras ontem, percebi o quanto eu fui arrogante em imaginar que tinha o poder de saber o que se passava na cabeça dela, como eu fazia achando que sabia o que se passava na cabeça de todo mundo (por vezes ainda me pego arrongante a esse ponto), e não muitos dias depois daquilo ela resolveu voltar para ele. Um dado interessante que vou citar agora, mas que vou me aprofundar só depois é que de fato eu soube não só por ela mais pelos contatos que ainda tenho naquela desprezível cidade, que o pobre Gustavo sofreu muito por ela e por tanto, mesmo que eu não queria, de fato ele a ama....aprendi a perder e deixar de ser muito arrogante na maior parte do tempo naquela semana.
Isso mudou minha vida, pois eu sei que morri um pouco por que o brilho que eu via na vida, foi ficando em escalas de um cinza chuvoso que eu nunca tinha visto antes e eu sei que eu morri naquele dia, naquela semana e andei como um morto-vivo por uns anos até que a UEPA entrou na minha vida. Quando o ano de 2011 estava terminando, se me recordo na minha postagem final daquele ano aqui eu não estava muito otimista e deixei isso bem claro, pois eu já tinha feito a prova da UEPA e mesmo sabendo que eu ia passar, não acreditava que as coisas iam ser muito melhores do que já estavam.
Quando 2012 começou e o listão saiu eu vi meu nome e os ventos dessa nova fase podiam ser descritos como animadores.....eu estava trabalhando, estava entrando pra UEPA, e as coisas estavam indo...o fantasma da Valéria não era mais forte para me desestabilizar, embora ela ligasse, eu sempre deixei bem claro que não voltaria para ela nos termos que ela queria e para a cidade maldita ela se foi e nunca mais eu soube dela. O importante dizer que o primeiro anona universidade foi de descobertas desse mundo novo, e em meio aos papos com o Guto, com o Danilo, Marily e Jóas, haviam as ligações daquele monstro tentando me pegar de novo e a descoberta de algo que me fazia esquecer da minha solidão, amargura e tristezas constantes: O Jiu-Jitsu.
Era um tempo de chegar, assistir as aulas e sair correndo para treinar. Ganhei a Copa Konde Koma, fui vice na Copa Cidade de Belém, sem dúvida foi um ano tão corrido quanto a minha vida que nele estava inserida. Alegrias e tristezas, mas no fim eu acredito que fui mais otimista que no ano anterior.
Por que estou falando nisso agora? Bom no ano de 2013 a Eliete entrou na minha vida....na verdade ela entrou na minha vida quando eu a vi pela primeira vez, mas o caminho entre a ver e chegar e dizer algo a ela foi grande. Eu era um no que se via, mas era outro no que sentia, pois por dentro eu sempre fui o mesmo Endressy, ainda triste, anda amargo e por fora eu era o aluno de ciências da religião, Jiu-jiteiro, escroto, homofóbico (por que era isso que todos pensavam), o perfeito esterótipo que ela odiava.
Ela era tão linda quanto é hoje oras, mas o que ela iria ver em mim? Ela mesmo já disse que eu não fui notado até quase o  segundo mês de 2013. Importa dizer que...eu ficava sem saber o que dizer para aquela mulher linda e inteligente e por vezes ou eu evitava falar com ela por medo de falar merda e ela sumir, até ser direto o bastante para dizer que a amava. 
Por fim....estamos no nono mês de namoro e o que isso tem de ruim, se já passamos por tantas dificuldades e turbulências? Bem a vida ensinou a esse novo velho que o medo é muito forte quando você está amando: medo de volta a ser sozinho, medo não sabe o que vem pela frente, medo do outro lado acordar de manhã e dizer: chega! não quero mais esse velho!

Eu me sinto hoje tão seguro quanto estava naquele ano com a Valéria....mudam-se as peças do jogo, mas e se o fim for igual? Valéria resolveu ficar com o Gustavo e isso foi o fim, pois ela mediu que quando ela fosse ainda nova eu seria uma pessoa velha, exatamente como sou hoje. 
O meu medo de hoje não é perder para Eliete para um novo amor, mas existem junto com esse, outros medos que são muito reais, pois a Eliete é tão nova quanto a Valéria era e um dia pode ser que ela simplesmente descubra que tem homens melhores que eu (e sei que tem), e que ela não quer ficar com um cara preto, velho e que a família dela tem razão e que eu não sirvo para ficar com ela.

Medo...e tudo isso veio ontem coma ligeira certeza que eu não faço parte da história dela...que eu não vou passar disso: alguém que vai ver ela de longe, até o dia que ela nem de longe vai me deixar saber dela, assim como a anterior a ela, e vou voltar a ser o mesmo cara: triste, amargo e sozinho. Ontem eu vi que sou descartável, e foi inevitável não pensar que essa era a uma boa oportunidade de ir embora de vez. Ela já se formou está num nivel mais alto que eu, merece um homem melhor que eu e ser feliz com ele.
Ela não vive mais a tensão do mundo escrevendo o tcc, servi como consolo e ajuda no que podia, mas agora, nesse tempo de maior calmaria....eu entenderia se ela simplesmente me deixasse e seguisse em frente...ainda tenho medo enquanto escrevo essa postagem, por que naquela época Valéria me dizia as mesmas coisas que ouço hoje da Eliete e no fim eu me ferrei de verde e amarelo e quase não saí vivo dessa....não sei se consigo uma vez mais, mas se conseguir acho que vou mudar de um jeito que a maioria das pessoas que me conhecem vão passar a odiar...
O futuro, não sei mais depois de ontem....
Mas se uma coisa eu fiz....eu acho...a fiz feliz uma ou duas vezes, eu acho!